As principais bases teórico-metodológicas do Neepes fundamentam a proposição de uma promoção emancipatória da saúde. Seu objetivo é desenvolver conhecimentos interdisciplinares, metodologias colaborativas sensíveis, diálogos interculturais e ações de transformação social que integrem quatro justiças (social, sanitária, ambiental e cognitiva) em torno das lutas sociais por saúde, dignidade e direitos territoriais nas cidades, campos, florestas e águas.
A proposta de uma Promoção Emancipatória da Saúde (1) se baseia em três campos do conhecimento: a saúde coletiva, a ecologia política (2) e as abordagens pós-coloniais, em especial as epistemologias do Sul (3).
O Neepes trabalha com múltiplas linguagens e narrativas científicas, artísticas, poético-musicais e populares que integram razão e afeto. A ideia é o desenvolvimento de abordagens teórico-poéticas e metodologias colaborativas (4) que permitam o corazonar como base para encontros interdisciplinares e interculturais envolvendo academia, comunidades e movimentos sociais na construção de práticas mais éticas, sensíveis e sábias dentro da academia.
Notas
(1) Para aprofundar a noção de promoção emancipatória da saúde vários artigos têm sido produzidos nos últimos anos. Por exemplo:
Emancipatory promotion of health: contributions from Brazil in the context of the Global South
Saúde e ambiente na favela: reflexões para uma promoção emancipatória da saúde.
(2) O livro e o artigo abaixo fazem a conexão entre Saúde Coletiva e a Ecologia Política.
Saúde como Dignidade: riscos, saúde e mobilizações por justiça ambiental.
(3) O livro Epistemologias do Sul, organizado por Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Menezes, apresenta uma ampla visão sobre essa abordagem, considerada por Boaventura como uma "alternativa de alternativas".
Os artigos abaixo fazem a conexão entre as Epistemologias do Sul e a Saúde Coletiva.
Repensando alternativas em Saúde do Trabalhador em uma perspectiva emancipatória
(4) O artigo abaixo discute o significado das abordagens artísticas e poéticas no desenvolvimento de metodologias colaborativas não extrativistas, uma das proposições recentes das epistemologias do Sul..