Nosso objetivo principal é desenvolver conhecimentos interdisciplinares, metodologias colaborativas sensíveis e diálogos interculturais que apoiem as lutas sociais por saúde, dignidade e direitos territoriais nos campos e cidades. Buscamos articular diversas lutas emancipatórias por inclusão envolvendo movimentos antirracistas, feministas, ambientalistas, de povos e comunidades tradicionais e camponeses, de periferias urbanas, dentre outros.
Para isso articulamos três campos do conhecimento: a saúde coletiva, a ecologia política e as abordagens pós-coloniais, em especial as epistemologias do Sul. São elas que fundamentam teoricamente a integração das quatro justiças para a reinvenção da emancipação social e a transição paradigmática: social, sanitária, ambiental e cognitiva.
Uma proposta estratégica do Neepes é o desenvolvimento de metodologias sensíveis co-labor-ativas para a produção conjunta de conhecimentos, o compartilhamento de saberes e práticas entre grupos acadêmicos, organizações comunitárias e movimentos sociais. Para colocar em prática tais metodologias e descolonizar a academia, estamos exercitando o uso de linguagens acadêmicas com as artísticas e populares, como as gráfico-imagéticas e as poético-musicais. Isso tem ocorrido principalmente na organização de Encontros de Saberes, na realização de projetos de pesquisa, nos cursos de formação e em oficinas de trabalho.
Entre as principais realizações e produtos disponibilizados pelo Neepes encontram-se a organização de Encontros de Saberes e cursos de pós-graduação, com destaque para a disciplina regular Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde; e o curso internacional A Saúde Coletiva em diálogo com as Epistemologias do Sul, em conjunto com o CES/Coimbra e que já realizou cinco edições. Também produzimos publicações (artigos, livros e relatórios), além de expressões e narrativas de saberes em outras linguagens, como as poético-musicais e gráfico-imagéticas, com destaque para o audiovisual em parceria com cineastas como Silvio Tendler (Caliban) e Luis Alencar/Vladimir Seixas (Couro de Rato), além de coletivos audiovisuais.